Quem é quem

*Em resposta a Ana Marilia

Proponho aos leitores desse blog uma análise da biografia dos atuais presidenciáveis. Para isso, eximarei-me em escreve-las e me disporei apenas de alguns trechos da biografia de cada um, depois traçarei alguns comentário.

Luiz Inácio Lula da Silva

"Ao chegar a São Paulo, Lula começou a trabalhar, aos 12 anos, como engraxate e entregador de roupas em uma lavanderia. Em 1963, formou-se torneiro mecânico no Senai e, em 1964, transferiu-se à metalúrgica Aliança. Foi aí que perdeu o dedo mínimo da mão esquerda, em acidente."

Desvendado o mistério do dedo, ou da falta dele. Bem, dado interessante. Isso faz refletir o quanto da identificação do candidato com as camadas mais populares do nosso país. Um homem de origem simples e trabalhadora, quer queiram quer não.

"Em 1972, foi eleito primeiro-secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema. Em 1975, elegeu-se presidente da entidade. Lula compareceu à posse de terno, gravata e colete. O traje virou alvo de comentários. Nunca um sindicalista havia se vestido assim."

Bem, MODA nunca foi o forte do nosso presidente. Diferente de Dunga né que agora conta com uma assessoria "fashion" da sua filha. Nota-se que Lula teve uma ascensão muito rápida no sindicalismo, tendo entrado em 66, em menos de 10 anos já o presidia.

"Na paralisação de 1979, o sindicato de São Bernardo e Diadema sofreu intervenção do governo federal, e Lula foi destituído do cargo. Em 1980, mais de 100 mil trabalhadores aderiram ao que foi considerado pela imprensa na época de "a maior paralisação operária da história do sindicalismo brasileiro"".

Essa greve é um dos marcos principais na biografia do presidente. Ela o fez crescer politicamente e lhe deu impulso para a criação do PT.

Resalvas: é bom lembrar que Lula recebe hoje uma "aposentadoria" de cerca de 5 mil reais devido ao acidente com o dedo e ao fato de ter sido preso político. Apesar da desvirtuação do candidato com o seu passado, nota-se no seu próprio jeito de ser as raízes dessa sua história política e de vida.


Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho

Nascido em Pindamonhangaba, Alckmin ainda cursava medicina em Taubaté quando, em 1972, o presidente do MDB da cidade foi à instituição filiar um amigo dele. Alckmin aproveitou a ocasião e se filiou também. Seu pai, que tinha militado na conservadora UDN, acabou não se opondo ao ingresso do filho na oposição ao regime. Ele assinou sua ficha de filiação em 14 de agosto de 1972 e, tempos depois, quando um colega desistiu em concorrer a uma cadeira na Câmara Municipal, Alckmin resolveu disputar o cargo. Venceu a eleição como o vereador mais votado na história da cidade --1.447 votos, mais de 10% dos votos válidos.

Um fato interessante, mostra a força retórica do candidato e até mesmo um certo carisma. Não é todo mundo que na sua primeira eleição para um cargo político se elege com uma votação tão expressiva quanto o Alckmin. Mas é interessante notar também que o seu pai Geraldo José Rodrigues Alckmin, era também político, filiado pela UDN. Isso pode te-lo ajudado também na sua eleição para vereador.

Em 1976, com apenas 23 anos, foi eleito prefeito de Pindamonhangaba. Assumiu em 1977, último ano da faculdade, e exerceu mandato de seis anos. À época, recebeu acusações de nepotismo por nomear como chefe de gabinete seu pai, o veterinário Geraldo José Rodrigues Alckmin, que morreu em 1998, aos 85 anos.

Alckmin não foi eleito, foi indicado. Na época não se elegia pessoas para o executivo, o governo militar as indicava. Alckmin portanto foi indicado pelo governo de Ernesto Geisel. Além disso, para não citar o ato de nepotismo.

Depois disso, a carreira política do então médico aconteceu rapidamente. Em 1982, elegeu-se deputado estadual e, em 86, foi eleito deputado federal pelo PMDB. Foi vice-líder da bancada do partido na Assembléia Nacional Constituinte. Por lá, apresentou o primeiro projeto do Código de Defesa do Consumidor e da lei sobre doação e transplante de órgãos.

Alckmin demonstra mais uma vez "jeito" para a política. Depois de prefeito de Pindamonhagaba conseguiu decolar e foi o autor de dois bons projetos para o país.

Resalvas: Alckmin foi o presidente da comissão de desestatização de FHC, isso não fora citado na biografia que eu peguei, mas uma boa pesquisa na internet revela esse dado. Outro fato importante é que ele foi aliado do regime militar. Diferente de alguns outros tucanos, o candidato não teve participação na verdadeira oposição ao regime.

Pronto, acredito que a análise do passado dos candidatos pode revelar pelo menos uma parte do que eles representam hoje.

Fontes: http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/candidatos-presidente-geraldo_alckmin.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2006/eleicoes/candidatos-presidente-lula.shtml



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