Polícia, para quê polícia (militar)?

Na mesma semana em que a Polícia Militar do Rio de Janeiro, numa operação desastrosa (ainda considero desastroso um eufemismo para aquilo), dispara 15 tiros num carro e mata uma criança de 3 anos, a Polícia Federal, numa operação hollywoodiana, prende três peixes grandes da corrupção brasileira com direito a gravações da um deles tentando cinicamente subornar o policial para não ser preso. A faca e o queijo para o judiciário brasileiro - tão incompetente quanto a Polícia Militar carioca - prender esses 'caba de peia'.

A disparidade das ações reflete a qualidade do investimento, do material humano e a diferença de salários entre as duas polícias. Enquanto que para ser policial federal é preciso de, no mínimo, curso médio completo, além de se fazer uma bateria de testes, exames e posteriormente um curso de formação de seis meses em Brasília e receber um salário superior a 5 mil reais. Para ser policial militar basta o ensino fundamental, uma provinha de marcar, um curso de um mês (quando tem curso) para receber um salário de fome de, em média, R$ 900,00.

Fora isso, só no ano passado o Governo Federal investiu mais de R$ 800 milhões de reais na Polícia Federal. O investimento na polícia militar depende de cada Estado e geralmente é rodeado de ações corruptas de secretários e até mesmo comandantes da polícia.

Não seria a hora de se pensar numa unificação das polícias? Num salário-base único, num preparo mínimo e único e até estabelecer uma quantia mínima em investimentos?

Será que realmente o problema da segurança pública no Brasil é tão difícil assim de resolver? Ou basta seguir o que fez a PF nos últimos 10 anos?

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