O Mossoró da Feira do Livro

Mossoró é um município que fica a aproximadamente 280 kilômetros de Natal, no Rio Grande do Norte. Ela é a segunda maior cidade do Estado e é muito lembrada pelo seu calor infernal, e o famoso termas, um hotel/parque aquático natural com "piscinas" quentes. O povo mossoroense nutre um orgulho ímpar de sua cidade, bem diferente do natalense, que valoriza mais o estrangeiro, o forasteiro. Mossoró foi a primeira cidade a libertar os escravos, 5 anos antes da princesa Isabel (tá certo que por lá não haviam muitos escravos). Em Mossoró, Lampião e seu bando, ou o bando de Lampião sem ele (isso é motivo de polêmica por aqui) foram expulsos da cidade e dizem que o seu principal companheiro, Jararaca, foi morto e enterrado lá, pela própria população. Foi a cidade em que aconteceu o primeiro voto feminino da história do Brasil. E é a cidade do glorioso Baraúnas que, na copa do Brasil de 2005, venceu o Vasco em São Januário por 3 x 0, depois de bela atuação do craque Cícero Ramalho.

Lá na nossa querida Mossoró, existe uma editora chamada A Mossoroense, fundada por Vingt-Un Rosado, membro da família mais influente da cidade. Essa editora possui a maior bibliografia sobre a seca do Brasil com cerca de 900 títulos. Além disso foi responsável por publicações de pessoas anônimas a ilustres como Câmara Cascudo. No auge da editora, chegaram a ser publicados cerca de 400 livros por ano o que a tornou, simplesmente, o maior catálogo de livros publicados no Brasil segundo a Caros Amigos de agosto.

Mas, por que escrevo sobre essa simpática e calorenta cidade agora? Escrevo porque lá está ocorrendo, neste exato momento, a Feira do Livro de Mossoró, com uma programação de fazer babar qualquer cidadão que reside em Natal e que gosta de livros. Está bem melhor que a programação da Bienal do Livro de Natal que ocorreu este ano. E o grande diferencial da Feira: a produção está investindo em escritores novos. Pessoas como Marcelino Freire e João Paulo Cuenca estão lá, além dos nossos queridos jovens escribas Carlos Fialho, Patrício Jr e do já lendário Pablo Capistrano. Fora a presença dos escritores novos, temos o ilustríssimo Xico Sá, o Paulo César Araújo (autor da polêmica biografia de Roberto Carlos), o homem que desafiou o diabo, Nei Leandro de Castro e o global Caco Barcellos. A feira conta ainda com oficinas de conto, de poesia infantil, de cordel e até de blog, ministrada pelo Patrício. E hoje, mais tarde, irá ocorrer um debate sobre literatura e cinema com Daniel Galera, Rodrigo Levino e Nei Leandro de Castro e ao final terá a exibição do longa, O Homem que Desafiou o Diabo.

Ou seja, a feira está sensacional. Quem não pôde ir a Mossoró aproveitar a programação, como eu, fica por aqui corroendo-se por dentro com muita vontade de visitar a cidade e aproveitar essa deliciosa programação. Mas nem tudo são prantos. Pelo blog do Jovens Escribas, do Patrício Jr e a coluna do Rodrigo Levino na Digi, é possível matar um pouco essa vontade de estar lá acompanhando as notícias e notas do que está ocorrendo na nossa querida Mossoró.

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