Os Contos Peregrinos


Doze Contos Peregrinos é um livro do autor colombiano Gabriel Garcia Márquez, ganhador do prêmio Nobel de literatura de 1982 com o fantástico Cem Anos de Solidão. Márquez é um dos pivôs do realismo fantástico, escola literária surgida na América Latina que trata o irreal, o místico como algo cotidiano, comum.

Neste livro, estão reunidos contos escritos e reescritos durante 18 anos pelo autor e contam histórias de latino-americanos na europa seguindo a linha fantástica, característica do seu estilo. Além disso, tem um prólogo ao qual o Márquez revela a dificuldade de se escrever um conto e as suas agonias de escritor e lança uma frase mortal, da qual desconhece a autoria, mas concorda com o teor "o bom escritor é mais apreciado por aquilo que rasga do que pelo que publica".

Há alguns anos, vi publicado em um blog o conto O Avião da Bela Adormecida. A suavidade da escrita, a poesia da narrativa me fizeram ir atrás do autor daquelas belas palavras. Vi então que o conto havia sido tirado de um livro chamado Doze Contos Peregrinos, de um colombiano de nome Gabriel Garcia Márquez. Fui procurar saber quem era e descobri que ele tinha acabado de lançar mais um livro, Memórias das Minhas Putas Tristes. Fui imediatamente na livraria, comprei o livro e me apaixonei por aquelas palavras. Em seguida, li Cem Anos de Solidão, Crônica de Uma Morte Anunciada, Amor nos Tempos de Cólera e Do Amor e Outros Demônios. Depois disso já me tornara mais do que fã do Gabo, até que, de bobeira numa livraria, me deparo com este livro e lembro que, por causa de um conto dele, conheci o meu autor preferido. Não poderia deixar de comprar a obra.

Os contos de Márquez são tão bons quanto os livros. Eles têm força, vivem poeticamente dentro de prosas bem encaixadas, de histórias criativas, de realidades verdadeiramente fantásticas. O último conto deste livro chama-se, O Rastro do Teu Sangue na Neve. De uma pureza, um lirismo, uma qualidade narrativa que encantam qualquer um e vale o dobro do preço do livro. É difícil explicar em palavras a sensação que a prosa, a narrativa, a história deste conto me causam. É como magia, algo como uma sublimação do conto, ele flutua em mim, mas não de forma instantânea, sim constante e que me vêm cada vez que eu lembro da história. É algo inexplicável comigo e que me faz ter medo até de reler o conto e perder a magia que se instaurou em mim depois de sua primeira leitura. Uma bela sensação. Recomendo a todos a sua leitura e as das demais histórias presentes neste livro.

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