O Primo Basílio


Primo Basílio é um filme baseado no clássico romance de Eça de Queiroz, dirigido por Daniel Filho (Muito Gelo e Dois Dedos d'agua) e produzido pela Globo Filmes e que está no cartaz na maioria dos cinemas do Brasil. O filme conta a história de Luisa (Débora Falabella) que, após a viagem do marido, envolvido na construção da nova capital do Brasil, reencontra Basílio (Fábio Assunção) um antigo amor de infância que pretende ressucitar esse romance. Nesse meio termo, aparece Juliana (Glória Pires) empregada da casa de Luisa que descobre a traição e começa a extorquir Luisa para não contar nada ao seu marido.

Fui ver ontem o filme. Tem uma trama boa, é envolvente, a história tem elementos bem característico do bom cinema nacional. Dramático, com um toque de humor e sensualidade, o longa consegue prender o telespectador no drama de Luisa de não ter o seu segredo revelado. Mas tem falhas que o deixa simplesmente como um filme razoável, não um grande filme. Para começar com Reynaldo Gianecchini. O galã novelesco deveria ser um cara um pouco mais velho, mas a maquiagem não conseguiu esse efeito e o bigode que ele tinha para tentar disfarçar sua juventude ficou ridículo. Não combinou com o personagem. Na verdade, o personagem que Gianecchini interpretou no filme, nada tem a ver com ele do ponto de vista estético. Ele foi muito mal escolhido para o personagem. Além disso a sua atuação não está entre as melhores. Não convence. O personagem ficou fraco.

O outro ator que não está bem no filme é o Fábio Assunção. Mas não acho que nesse caso foi culpa da mal escolha do ator e nem do ator em si. A culpa foi da direção. Adianto logo que não li o romance. O personagem ficou um latin lover da pior categoria. O espectador do filme logo percebeu que ele era um malandro e que só queria sexo com a mulher. Não houveram dúvidas se ele amava a Luisa ou não e nesse aspecto o personagem fica previsível e fraco. Não ficou legal, a direção deveria ter pensado nesse aspecto. Ademais, achei que Débora Falabella e a Glória Pires estavam muito boas nos seus papéis.

Outra falha do filme é o figurino (ou a cenografia, não sei especificar). O filme era para se passar no final da década de 50, mas por várias vezes acreditei que o filme estava na década de 20. As únicas coisas que faziam perceber o ano em que se passava a história era a televisão na casa da Luisa e os carros. Mas não sei bem especificar o que era que deixava a história do filme mais antiga do que é, mas ela causa essa impressão, o que é muito ruim para o telespectador. Outro ponto baixo do filme é a trilha-sonora. Parece trilha de novela mexicana. Com exceção da música no final do filme, todas as outras são péssimas.

O ponto forte do filme está na fotografia, sobretudo nas "cenas picantes". São muito bem feitas e dá uma força legal para o filme. Ah, e outra coisa, a arte desse pôster do filme é tosca.

A minha nota é 5 :)

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