A Lista da Pilantragem

Há alguns dias atrás, o mal diagramado Xico Sá (não é o cantor) propôs em seu blog reviver uma eleição, feita originalmente por Oswaldo de Andrade, do maior caba-de-peia ainda vivo no país. Segundo o caro Oswaldo, à época dele, o maior pilantra já falecido era o ex senador Ruy Barbosa. Portanto não havia necessidade de eleger o rei da bandidagem entre os mortos, por isso ele fez a eleição do rei da ladroagem ainda vivo, na sua época.

É claro que de 1931 para cá já morreram tanto mal caráteres que devem ter feito até o Satanás reclamar e pedir arreio do seu cargo no inferno. Pois bem, metido do jeito que sou, fui tentar dar o meu voto. O problema é que hoje, eleger um rei da traquinagem, é uma tarefa quase hercúlea. São tantos os pilantras que eleger um só seria uma sacanagem, uma falta de reconhecimento a atitude dos demais. Por isso, chateado por não conseguir eleger um, decidi fazer um top10.

Por isso decidi criar uma lista, pensei até mesmo em separar por categorias. Pilantragem política, futebolístico, midiática, médica, jurídica e tantas outras. Porém notei que se fizesse isso, minha vida se limitaria a listar e registrar o top dos bandidos brasileiros por área. Não desejo isso para o meu futuro. Vou divulgar agora o meu top 10 da bandidagem. Os 10 que se até a mãe deixar a carteira de bobeira, ele leva sem dó nem piedade. Segue os 10 maiores "cabas-de-peia" do nosso país verde e amarelo.

10. Diogo Mainardi o jornalista (?) e colunista da revista (?) Veja. Ah, meu caro Diogo Mainardi, um criador de falácias, um tipo de Carlos Lacerda piorado. Escreve bem, argumenta bem, isso é inegável. Mas a sua sede pelos holofotes aliado aos seus preconceito natos, lhe fazem um dos jornalista mais bandido do nosso país. Se registrassem a quantidade de calúnias nunca provadas, semeadas por tal figura, talvez figuraria-se um recorde no jornalismo brasileiro.

9. Antony Garotinho eis uma peça rara da pilantragem. Sua cara nunca me enganou, sempre vi nos seus olhos o frescor da sua ambição e o teor das suas idéias. A vida política de Garotinho é envolta a escândalos, desde a sua tentativa de entrar com um tanque de guerra na favela do Rio de Janeiro, até o seu último feito de compra de votos no Rio de Janeiro.

8. Ricardo Teixeira, o ilustríssimo presidente da CBF deveria dar palestras de bandidagem. É sério, porque o nível de pilantragem desse daí é de primeira linha. Teixeira é responsável por vender todo o nosso futebol para a rainha Globo, além disso gosta de fazer a nossa seleção jogar em lugares mais esquisitos possíveis, pensando apenas no dinheiro. Esteve envolvido em CPIs e não é lá muito chegado a democracia. Desde que me conheço por gente, Ricardo é o presidente da CBF. E me parece que ele não vai sair das mamatas futebolísticas tão cedo...

7. Eurico Miranda hahaha, quando se fala em bandidagem futebolística não podemos esquecer do maior (e mais corrupto) cartola brasileiro de todos os tempos. O presidente do Vasco chega a ser uma figura caricata. Se brincar, até no palitinho ele rouba. Responsável pela falência financeira do seu clube e das recorrentes denúncias de corrupção da Federação de Futebol do Rio de Janeiro a qual, recentemente ele se diz dono e não permitiu que elegessem outro presidente se não ele. Suas denúncias mais atuais? Literalmente roubou nas últimas eleições para presidente do seu clube, foi pego em pleno ato e depois decidiu proibir a imprensa de entrar no seu clube. Não há como definir um dos caba-de-peias mais brilhantes dessas terras.

6. Nicolau dos Santos Neto, vulgo Lalau. Caso clássico do malcaratismo jurídico. Um homem de carreira tão suja que o maior lixão de São Paulo pareceria um brilho na frente dele. O cara simplesmente tornou-se presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo sem concurso público, só a base dos "por fora". A limpeza política do rapaz é tão pequena que ele chegou a ser Procurador de Justiça durante o regime dos milicos. Mas o caso que coroa de vez o juiz Lalau no top 10 da cara-de-pau desse país é o seu simbólico desvio de nada mais que R$ 169 milhonetas de real do fórum trabalhista de São Paulo.

5. José Agripino um dos maiores pilantras locais da história do RN. Uma produção genuinamente potiguar que hoje está em Brasília. José Agripino Maia, ou Jajá como é conhecido aqui em Natal, é um coronel às antigas, capcioso e malandro politicamente, capaz de se aliar com o seu "maior inimigo" apenas para manter a oligarquia estadual de pé e não perder espaço nas mamatas potiguares. Dono de uma rede de mídia estadual de dar inveja a qualquer profissional de comunicação e figura-chave de escândalos antigos, como o da falência do BADERN (banco do estado do Rio Grande do Norte) e desvio de verbas, que, não sei por quais motivos, nunca foi investigada.

4. Paulo Maluf e a sua cleptomania desenfreada ocupa a 4ª colocação dessa lista. O cara não roubou, assaltou a mão armada cada brasileiro pagador de impostos desse país. É quase um rei da traquinagem política, um peixe grande diante de tantos outros pequenos por aí. Um sócio, dos mais chegados, das Ilhas Cayman. Estima-se que toda o malcaratismo dele custou cerca de R$ 500 milhões de reais, entre lavagem de dinheiro, evasão de divisas, evasão fiscal e outros. Falar de lavagem de dinheiro e Maluf hoje em dia é quase um eufemismo, de tão grande é o mal caratismo desse pilantra da nossa política.

3. Jáder Barbalho Finalmente chegamos no top 3 da ladroagem. Jáder Barbalho sai atrás na lista, mas não é porque fez pouca pilantragem. É que, para os próximos dois, será difícil encontrar "parêa". Barbalho é aquele velho coronel carrancudo, controlador da mídia e da política no Estado do Pará, esteve envolvido até o pescoço em fraudes como o desvio de verba da SUDAM e a violação do painel de votação dos parlamentares. Ladrão de primeira, ou melhor, de terceira.

2. Roberto Jefferson ladrão de primeira (mas na lista, ainda de segunda). Deveria prestar consultoria e até mesmo abrir um curso: "como roubar e depois sair como o santinho da história". Só não ganhou o primeiro lugar porque foi um corrupto sincero. Roubou e assumiu que roubou. Mas foi um pilantra de classe, que defendeu a sua ladroagem até a última instância e soube jogar com a mídia. Deu o que os jornalistas quiseram em troca de uma limpeza maior na sua imagem. Foi um malandro dos melhores (ou da pior) qualidade. Medalha de prata para ele.

1. E o troféu ladroagem brasileira para mim vai para o senador do Demo, ops, do Democratas, Antônio Carlos Magalhães. Não há como definir ao certo em palavras a capacidade de pilantragem que esse homem foi capaz de fazer sozinho. Escrever "Antônio Carlos Magalhães", "Corrupção" no google faz com que você tenha a certeza que ambas as palavras são sinônimas. São mais de 40 mil ocorrências correlacionando as duas palavras, e, ao tirar as aspas, consegue-se mais de 100 mil. O nome dele está ligado a grande maioria de casos de corrupção recentes e, ainda por cima, como todo bom e grande pilantra, possui controle sobre uma rede de mídia invejável no Estado da Bahia. É responsável por escândalo atrás de escândalo e dizem, as más línguas baianas, que até responsável por assassinatos de adversários políticos na terra dos orixás tal homem é acusado. É simplesmente um fenômeno, o ídolo de todo aspirante a corruptor, um modelo a ser seguido por todos eles. Não é a toa que ele merece as honras do primeiro lugar.

Gostou da lista? Não gostou da lista? Me achou um idiota por causa disso? Quer me xingar? Erros de português? Quer cantar uma música? Favor utilize os comentários. Ah, lembrando, não vale político morto.

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